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Eu caí do navio, no mar profundo.

E de lá mergulhei tão mais fundo que adormeci.

Adormeci nos seus sussurros, olhares e palavras.

Era como o canto da sereia. Me tinha, me sugava.

De longe teu brilho me guiou, mas quanto mais eu nadava mais eu afundava.

O ar comprimia. No desespero eu me debatia.

Afogava no infinito do teu oceano.

Era um aquário sobre minha cabeça.

Gritos me sufocavam diante do teu canto, encanto.

Embebedado da loucura perdi noção do que era ar.

Não consegui nadar até o encanto, do teu canto.

Enlouqueci.

E morri dentro do aquário.

Teu amor é tóxico.

Me desculpa.

Mas eu bebi dele.

( Trecho do capítulo: Do meu caderno eu vejo lembranças nas escritas.)


Havia.

Haveria.

De ter.

Alguém aqui.

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Ele, nós e você.

Somos.

O quê?

Sonhos.

Somos feitos deles.

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Pausei o tempo.

Pode ficar.

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E se?

Se fosse possível?

Você iria?

Comigo?

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© 2023 por Rafael Salmona.

Brasília

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